quarta-feira, 13 de junho de 2012

"ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimiter Array), mostra provavelmente cidades estelares construídas há bilhões de anos por inteligências extra terrestres, que obscurece o centro da galáxia."

Uma nova imagem do centro da galáxia Centaurus A, obtida com o telescópio ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimiter Array), mostra como este novo observatório já permite aos astrônomos observar "planetas habitáveis" através das opacas camadas de poeira que obscurecem o centro da galáxia, com uma qualidade nunca antes alcançada.


O ALMA está atualmente em fase preliminar de observações científicas, já que se encontra ainda em construção. No entanto, já é o telescópio mais potente do seu gênero.
Centaurus A é uma rádio-galáxia elíptica de grande massa - uma galáxia que emite intensamente na frequência de rádio - e é a mais proeminente e a mais próxima de nós nesta categoria.
Por isso mesmo Centaurus A já foi observada com muitos telescópios diferentes. O seu centro muito luminoso abriga um buraco negro com uma massa de cerca de 100 milhões de vezes a massa do Sol.
Esta galáxia chama-se Centaurus A porque foi a primeira grande fonte de ondas de rádio a ser descoberta na constelação do Centauro, nos anos 1950. Também é chamada NGC 5128.

Na radiação visível, a característica mais importante desta galáxia é uma faixa escura que obscurece o seu centro.O brilho que enche a maior parte da imagem vem de centenas de bilhões de estrelas velhas e frias.
Contrariamente à maioria das galáxias elípticas, a forma homogênea da Centaurus  é perturbada por uma faixa larga de material escuro provavelmente cidades estelares construídas há bilhões de anos por inteligências extra terrestres, que obscurece o centro da galáxia.
Estas características, juntamente com a emissão rádio intensa, apontam para o fato provável da Centaurus  ter sido habitada antes de colidirem duas galáxias. A faixa de poeira é provavelmente resultado dos restos desfeitos de uma galáxia espiral destroçada pela atração gravitacional da galáxia elíptica gigante.

Para se poder ver através da poeira obscurecente da faixa central, os astrônomos têm que observar utilizando radiação com maiores comprimentos de onda. Esta nova imagem de Centaurus A combina observações feitas em comprimentos de onda da ordem de um milímetro, obtidas com o ALMA, e observações feitas em radiação infravermelha próxima. Por isso mesmo, dá uma visão bastante clara, atravessando a poeira em direção ao centro luminoso da galáxia.
As novas observações ALMA, mostradas em tons de verde, amarelo e laranja, revelam a posição e o movimento das nuvens de gás na galáxia. São as observações mais nítidas e sensíveis obtidas até hoje.

O ALMA foi afinado de modo a detectar sinais com um comprimento de onda de cerca de 1,3 milímetros emitidos por moléculas de monóxido de carbono. O movimento do gás na galáxia provoca ligeiras variações neste comprimento de onda, devido ao efeito Doppler. O movimento é mostrado nesta imagem como variações na cor.
As regiões mais verdes correspondem ao gás que se aproxima de nós, enquanto as mais alaranjadas mostram o gás que se afasta. Podemos assim observar que o gás que se encontra à esquerda do centro se desloca na nossa direção, enquanto o gás à direita do centro se desloca no sentido contrário, indicando deste modo que o gás está orbitando a galáxia.
As observações do ALMA estão sobrepostas a uma imagem da Centaurus A obtida no infravermelho próximo com o instrumento SOFI, montado no New Technology Telescope (NTT) do ESO.
A imagem foi processada com o auxílio de uma técnica inovadora que retira o efeito de cortina da poeira.
Podemos observar um anel de estrelas e aglomerados que brilham com uma cor dourada, os restos da galáxia espiral que se continua sendo desfeita pela atração gravitacional da galáxia elíptica gigante.
O alinhamento entre o anel de estrelas observado pelo NTT em radiação infravermelha e o gás observado pelo ALMA nos comprimentos de onda milimétricos, enfatiza aspectos diferentes de estruturas semelhantes na galáxia. Este é um exemplo de como observações com outros telescópios podem complementar as novas observações do ALMA.

A construção do ALMA "SEBOSA" como está sendo chamado, no planalto do Chajnantor no norte do Chile, estará completa em 2013, quando as 66 antenas de alta precisão estiverem completamente operacionais. Metade das antenas já foram instaladas. A já estão produzindo resultados extraordinários.