sábado, 16 de janeiro de 2010

Vida fora da Terra pode estar em luas de planetas extrassolares


[Imagem: Columbia Asstrobiology Center]
Os mais de 300 planetas extrassolares encontrados até agora são gigantes gasosos, semelhantes a Júpiter, e não poderiam abrigar vida como a conhecemos. Mas a situação é totalmente diferente com suas luas, que podem ter características semelhantes às da Terra.

Apesar do refinamento das técnicas e do aprimoramento dos instrumentos científicos, até agora os cientistas conseguem detectar apenas planetas muito grandes. Inúmeras estrelas certamente possuem planetas rochosos de dimensões similares às da Terra, mas os instrumentos científicos atuais não são capazes de detectá-los.

Exoluas

Ainda assim, o Dr. David Kipping, da Universidade College London, na Inglaterra, acredita que já possuímos dados suficientes para procurar por vida fora da Terra. Basta olharmos para os satélites - as luas - que orbitam os exoplanetas gigantes que já somos capazes de detectar.

Kipping chama esses satélites dos exoplanetas de exoluas. Como são conhecidos também como planetas extrassolares, eles poderiam também ser chamados de satélites extrassolares.

Vida nas luas

Dos mais de 300 exoplanetas já encontrados, cerca de 30 estão na zona habitável de sua estrela - nem tão próximos, onde seria quente demais, e nem tão distantes, onde seria frio demais.

O que o Dr. Kipping fez foi desenvolver uma técnica que permite descobrir as luas desses exoplanetas. Essas luas serão provavelmente rochosas e podem ter grandes chances de abrigarem vida. No Sistema Solar temos um caso assim, com Europa, uma das luas de Júpiter, que sempre atraiu a atenção dos cientistas, embora nenhum missão tenha sido enviada exclusivamente para pesquisá-la.

Descobrindo luas dos planetas extrassolares

Com a nova técnica, é possível detectar as luas observando a velocidade dos planetas, permitindo calcular não apenas se o exoplaneta possui luas, mas também a sua massa e a distância entre a exolua e seu planeta - fatores que determinam a possibilidade que a exolua tem de abrigar vida.

"Adotando este novo método e procurando variações na posição e na velocidade do planeta cada vez que ele passa em frente à sua estrela, nós obtemos informações muito mais seguras e temos a capacidade para detectar uma lua com a massa da Terra orbitando um planeta com a massa de Netuno," explica Kipping.

Bibliografia:

Transit Timing Effects due to an Exomoon
David M. Kipping
arXiv
http://fr.arxiv.org/abs/0810.2243