sábado, 16 de janeiro de 2010

Hubble encontra dióxido de carbono em planeta extrassolar


[Imagem: ESA, NASA, M. Kornmesser (ESA/Hubble), and STScI]
Ainda que a fama do dióxido de carbono (CO2) não ande muito boa aqui na Terra, é bom não esquecer que este é um gás essencial à vida. Pelo menos às formas de vida existentes na Terra.

Daí a importância do achado que acaba de ser feito por meio de imagens captadas pelo Telescópio Espacial Hubble: os pesquisadores descobriram dióxido de carbono na atmosfera de um planeta orbitando uma outra estrela que não o Sol, um assim chamado planeta extrassolar.

Vida fora da Terra

O planeta é o HD 189733b, do tamanho de Júpiter e quente demais para sustentar a vida - sempre na definição terrestre de vida. Mas as observações do Hubble são uma comprovação de que a química básica da vida pode ser detectada em planetas muito distantes, orbitando outras estrelas.

Os compostos orgânicos - como o CO2 - também podem ser um subproduto de processos de vida. Os cientistas esperam um dia detectar sua presença em um planeta extrassolar mais parecido com a Terra, no que poderia ser a primeira evidência direta da existência de vida fora do nosso planeta.

Observações anteriores feitas pelo Hubble pelo telescópio Spitzer no mesmo planeta HD 189733b já haviam detectado vapor de água. No início deste ano, o Hubble encontrou metano na atmosfera do planeta (veja Moléculas orgânicas encontradas em planeta fora do Sistema Solar).

Nova fronteira da ciência

"O Hubble foi concebido primariamente para observações do universo distante e, ainda assim, ele está abrindo uma nova era de pesquisas na astrofísica e na ciência comparada dos planetas," diz o cientista Eric Smith, da equipe do telescópio espacial.

"Estes estudos atmosféricos começarão a determinar a composição e os processos químicos em andamento em mundos distantes orbitando outras estrelas. O futuro dessa nova fronteira da ciência recém aberta é extremamente promissora, na medida que esperamos descobrir muitas outras moléculas em atmosferas de exoplanetas," concluiu o cientista.