quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Alguns tipos de alienígenas não resistem á Água,eis algumas "armas de água" construidas pelo exército americano.






Há discussões sobre o valor dos tanques e jatos, que variam de US$ 2 milhões a US$ 30 milhões; no entanto, esses valores são equivocados. O custo dos tanques e dos jatos é insignificante quando comparado ao custo da munição usada nesses equipamentos. O Departamento de Defesa dos EUA gasta cerca de um bilhão de dólares por ano em armas, blindagem, aeronaves e artilharia com munição necessária para tornar esse tipo de ferramentas mortal ao inimigo no campo de batalha.





Como a maior parte da munição é usada em exercícios de treinamento, ela representa uma despesa enorme que está ficando cada vez mais difícil de ser justificada. Seria interessante encontrar uma munição com melhor custo e que não agrida o meio ambiente.

Provocando uma enxurrada

A tropa de choque aquático das Forças Especiais dos EUA se prepara para a batalha

A água é usada pela polícia em todo o mundo como uma arma não letal para controlar multidões. Mangueiras de água de alta pressão coibem manifestações furiosas de centenas de pessoas em questão de segundos. Pense no princípio de pegar uma arma não letal de água e transformá-la para adaptá-la a um design capaz de produzir vazão suficiente para que seja usada em combate. O objetivo final é uma munição barata, que não agrida o meio ambiente.
A Dra. Blanchard sugere:

Para que essa iniciativa reduza de forma efetiva o custo das despesas militares com munição, tivemos de redefinir a idéia do "cartucho". Gostaríamos que as munições de água substituíssem as munições tradicionais de minério e liga nos próximos 15 a 20 anos. O ritmo dessa substituição será gradual e de acordo com nosso comprometimento com a segurança nacional. Se nossas projeções estiverem corretas, com base em algumas opções de design que recebemos, o desenvolvimento bem-sucedido de um cartucho de água poderia reduzir a despesa em até 80%.

Especialistas em munição deslocam as munições no campo de batalha durante os exercícios de treinamento


A água de alta pressão é usada com freqüência como ferramenta de corte no lugar de maçaricos de plasma de alta temperatura. Blanchard afirma que "um novo modo de pensar foi descoberto, quando percebemos o potencial de corte".




Reinventando a roda hidráulica
A idéia de usar água como munição não surgiu da noite para o dia. O desafio de reinventar como as guerras são vencidas foi colocado nas mãos dos principais cientistas dos Estados Unidos. A Dra. Vivian Blanchard, consultora do Departamento de Defesa, trabalhou quase três anos tentando descobrir um novo tipo de munição com um custo efetivo maior.
Eu estava na minha casa de praia, em Seaside, tentando olhar esse desafio de todos os ângulos. De repente, me dei conta. À medida que a arrebentação se desfez, eu pensei: "estou olhando para o maior depósito provisório de munições no mundo". Eu disse a mim mesma que era brilhante: "atinja nossos depósitos provisórios de munição e o resultado será uma enxurrada". Quando eu estava seguindo essa linha de raciocínio, tudo se encaixou.

Soldados recarregam suas armas em Base Camp Victor Zulu


Em fevereiro, os fornecedores militares, trabalhando sob o máximo de sigilo, desenvolveram os primeiros protótipos completamente funcionais do rifle de ataque CPS 1200 Lance, da pistola CPS 40 Marlin e da arma de artilharia pesada CPS 6000 Eroder. CPS, que em inglês significa Compression Propulsion System (Sistema de Propulsão de Compressão), designa a arma de fogo como uma arma de água e o número indica o psi (pounds per square inch) capaz de produzir.
Agora, vamos ver como funcionam essas armas incríveis.


Sistema de Propulsão de Compressão (CPS)
O Sistema de Propulsão de Compressão (CPS) é um conjunto de mecanismos desenvolvido para ser retroalimentado nas armas de fogo existentes. Isso evita o desperdício de milhares de armas em perfeito estado.

Os primeiros protótipos do CPS eram difíceis de recarregar
em situações tensas de combate


A Dra. Blanchard, quando se dirigiu a um subcomitê do congresso em dezembro, de 2003, afirmou: "a idéia era economizar dinheiro com a reutilização. O CPS é o aperfeiçoamento dessa idéia. Eles não querem que mudemos a atiradeira, apenas o que é colocado dentro dela".

A água seria depositada em um tanque acoplado no rifle. O carbono 2 é armazenado em um recipiente separado. Quando o gatilho é puxado, a água é pressurizada e misturada com o carbono 2 na câmara do rifle. Agitadores minúsculos, chamados tumblers, giram dentro da câmara, aumentando ainda mais a pressão da água carbonada. Quando o soldado solta o gatilho, um coice retrocede, liberando a água altamente pressurizada. Como depois de agitar uma lata de refrigerante, o líquido explode, saindo da câmara. À medida que é liberada, a água forma espirais na direção do alvo graças às ranhuras minúsculas entalhadas dentro do cano estriado. Esse espiralamento aumenta a precisão e a concentração do fluxo de água assim que ela sai do cano, além de servir para agitar ainda mais a água carbonada. Em termos de capacidades, as armas com CPS correspondem quase da mesma forma às armas convencionais. A tabela abaixo lista os protótipos bem-sucedidos e suas classificações no campo de batalha.
Rifles de ataque
Alcance Precisão Proporção de disparo Portabilidade Dano
Excelente Bom Excelente Satisfatório Bom
AR-15 = CPS 1200 Lance
M-16A = CPS 1350 Water Pick

Armas suplementares
Alcance Precisão Proporção de disparo Portabilidade Dano
Fraco Excelente Fraco Excelente Bom
Sig Sauer .380 = CPS 40 Marlin
USP .40 = CPS 90 Barracuda
Desert Eagle .50 = CPS 2900 Storm

Supressão
Alcance Precisão Proporção de disparo Portabilidade Dano
Excelente Fraco Excelente Fraco Excelente
M60E4 = CPS 6000 Eroder

Combate de perto
Alcance Precisão Proporção de disparo Portabilidade Dano
Fraco Fraco Fraco/Bom Excelente Excelente
Espingarda de caça de combate 12G M-1 = CPS 1200 Mako
Espingarda de caça automática 12G M-1A = CPS 1200A Auto Mako

Fuzil-metralhadora
Alcance Precisão Proporção de disparo Portabilidade Dano
Satisfatório Bom Bom Excelente Bom
MP-5A4 = CPS 950 Blue
MAC-11 = CPS 400 Squirt


Dano causado pela água
Os militares testaram protótipos de água e eles se mostraram eficientes para seus objetivos.
Um transporte de tropa descomissionado é atingido por um cartucho Dennis durante um disparo de teste


A munição de água pode atravessar:

vidro
cerâmica
mármore
plástico
borracha
cobre
chumbo
titânio
alumínio



Guerra não convencional
Os militares dos EUA confiam muito no CPS. Eles já começaram a treinar 4 mil soldados com armas modificadas com CPS. O CPS 1200 Lance está sendo bem recebido pelos soldados.
Os fuzileiros navais encerram um dia duro de treinamento de resistência à água em Parris Island



Em breve, os atiradores irão substituir suas M-60E4s pelo CPS 6000 Eroder. Essa arma massiva é capaz de descarregar 15 litros de água altamente pressurizada por segundo em incríveis 6 mil psi. Isso é forte o suficiente para serrar um tanque de 27 m no meio em menos de três minutos.

O CPS 12000 substitui o RPG convencional instalado no suporte. Os soldados chamam essa arma antitanque de "abridor de lata"


Em combates próximos contra diversos inimigos, o CPS 1200 Mako, ou "arma de pé-d'água", como é chamado, poderia substituir a espingarda de caça de combate. O Mako produz um pulso de água capaz de derrubar uma parede de concreto. Essa arma dispara um jato de água de 4,6 m de diâmetro, viajando na velocidade do som.
Para um poder de disparo pesado, o canhão Poseidon de 60 mil psi do CPS e muitas de suas variações estão sendo retroencaixadas em tanques e em outros veículos de artilharia.

O tanque M-1 será retroencaixado para usar uma variação do canhão Neptune de 60 mil psi



A granada de água DewDrop explode em contato, liberando uma mistura de líquido pegajoso que os soldados chamam de "suco de maçã"

O W-4 DewDrop poderia substituir uma granada de mão tradicional. O DewDrop contém água carbonada misturada com um narcótico eficiente, um gás nocivo e cola. Os soldados chamam esse fluido pegajoso de suco de maçã.
O suco de maçã é armazenado em módulos de alumínio chamados zíperes. Para usar o DewDrop, os soldados conectam um saco de polietileno a uma guia no zíper. Puxar o pino no zíper libera 0,4 kg de suco de maçã no saco. Esse suco também contém pequenos abrasivos de metal que passam rapidamente pela evasão, uma abertura minúscula no zíper. A fricção entre os abrasivos e a evasão faz com que o alumínio se aqueça. Esse aquecimento derrete o polietileno, fundindo o zíper vazio ao saco. O zíper proporciona peso e estabilidade ao DewDrop, considerado difícil de lançar. Ao ser lançado, o DewDrop explode em contato.
Quando o DewDrop explode, ele libera seu conteúdo em uma enxurrada altamente destrutiva. O gás nocivo e os narcóticos também são liberados, incapacitando os soldados inimigos que não morreram na explosão. A cola no suco de maçã faz com que ele grude nos inimigos, assegurando o sucesso do narcótico.

Chuva de terror
A artilharia e as unidades aéreas também poderiam empregar a munição de água. Versões maiores do DewDrop, acompanhadas pelo CPS, podem ser usadas em aeronaves e equipamentos de artilharia nos próximos anos.
Já começaram os testes com o cartucho Dennis. Esse cartucho é um saco de artilharia que pode produzir uma enorme enxurrada de cerca de 106 m de diâmetro. Desenvolvido principalmente para ser disparado de morteiros e canhões de campo, esse cartucho será usado para fins de antiartilharia e antitropas.

O cartucho Dennis esférico irá substituir a concha tradicional na artilharia de campo


Variações maiores do cartucho Dennis estão sendo desenvolvidas para serem usadas em navios de guerra e fragatas de ataque rápido.

A Marinha implementa uma bomba gasosa anti-submarina de 37.800 litros


Do ar, os bombardeadores poderão levantar a maior munição de água já criada. A bomba Poseidon, de 132.300 litros, poderá ser capaz de nivelar em uma área quadrada o equivalente a 15 quarteirões.

Um B-2 Stealth Bomber lança a nova bomba Poseidon de 132.300 litros



Águas turbulentas
Infantaria levando "água pesada" em combate para suporte aéreo
Alguém pode achar que, se os militares dos EUA adotarem a munição de água, os outros países irão seguir o exemplo. As Nações Unidas já expressaram preocupação sobre se esse desenvolvimento irá reiniciar uma corrida às armas, que poderá sair do controle. Os legisladores dos EUA também se preocupam com a legalidade da munição de água. A OTAN suscitou perguntas sobre a conformidade da munição de água com seus padrões atuais. Os "lobbystas" ambientais já se posicionaram contra o uso de munição de água, alegando que os EUA irão consumir grandes quantidades de água rapidamente quando o sistema for adotado pelos militares.
O Departamento de Defesa retribuiu o ataque, avaliando que mais de 53% da água usada em treinamentos será recuperada por meio da condensação. Eles também destacam que as críticas ambientais da vantagem de eliminar explosivos e munição de fogo das guerras irá reduzir a poluição da atmosfera.
As forças em terra usam canhões Neptune para dar cobertura ao C-130 que está se retirando do território inimigo
As Forças Especiais atacam um helicóptero inimigo durante um ataque-surpresa noturno Independentemente do resultado, a munição de água é uma tecnologia fascinante que irá alterar de forma inevitável a maneira como lutamos nas guerras.
Introdução
Imagem cedida pelo U.S. Department of Defense
O bombardeiro B-2, conhecido como bombardeiro Stealth, foi no mínimo um ambicioso projeto. Nos anos 70, o exército norte-americano tinha a intenção de substituir o ultrapassado bombardeiro B-52. Eles precisavam de um avião que pudesse carregar bombas nucleares até a União Soviética em poucas horas e que fosse praticamente invisível aos sensores inimigos.
Como você pode imaginar, esconder um avião gigantesco não é uma tarefa fácil. Northrop Grumman, a empresa que ganhou o contrato do bombardeiro, gastou bilhões de dólares e aproximadamente 10 anos desenvolvendo o projeto secreto. O produto final é uma máquina revolucionária, uma asa voadora de 52 metros de envergadura que se parece com um inseto aos leitores de radar. O veículo é revolucionário também do ponto de vista da aeronáutica: ele não possui nenhum dos sistemas de estabilidade padrão que se encontra em um avião convencional, mas os pilotos dizem que ele voa tão bem quanto um jato de ataque.
Neste artigo, descobriremos como o B-2 voa, como "desaparece" e também aprenderemos um pouco sobre sua história.
Uma asa voadora
Um avião convencional possui uma fuselagem (a estrutura principal), duas asas e três estabilizadores traseiros anexos à cauda. As asas geram o levantamento, suspendendo a fuselagem no ar. O piloto guia o avião ajustando os componentes móveis das asas e os estabilizadores. O ajuste desses componentes altera a maneira com que o fluxo de ar passa pelo avião, fazendo o avião subir, descer ou virar. Os estabilizadores mantêm também o avião nivelado (veja Como funcionam os aviões para descobrir como esses componentes trabalham em conjunto). O bombardeiro B-2 possui um design completamente diferente - trata-se de uma grande asa, parecido com um bumerangue.
Imagem cedida pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos
O design dessa asa voadora é muito mais eficiente do que o de um avião convencional. Em vez de asas separadas suportando todo o peso da fuselagem, o veículo inteiro age para gerar sustentação. A eliminação da cauda e da fuselagem também reduz o arrasto, (a força total da resistência de ar agindo sobre o avião).
A maior eficiência ajuda o B-2 a percorrer distâncias mais longas em um curto período de tempo, mas ele não é o veículo mais rápido que existe. Militares dizem que ele é subsônico, o que significa que sua velocidade máxima está pouco abaixo da velocidade do som (cerca de 305 m/s ou 1.000 ft/s), mas pode percorrer 11 mil km (6.900 milhas) sem reabastecer e 18.500 km (11.500 milhas) com uma recarga em vôo.
Imagem cedida pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos
Uma aeronave de extensão KC-10A da força aérea americana
reabastece um bombardeiro B-2 em pleno vôo
Conduzindo o bombardeiro
O B-2 possui quatro motores a jato General Electric F-118-GE-100, cada um gerando 17.300 libras de impulsão. Assim como em um avião normal, o piloto conduz o B-2 movendo diversas partes das asas. Como você pode observar no diagrama abaixo, o B-2 possui elevons e lemes de direção ao longo do bordo de fuga do avião. Exatamente como os elevadores e os ailerons em um avião convencional, os elevons alteram a arfada (movimento para cima e para baixo) e o rolamento (rotação ao longo do eixo horizontal) do avião. Os elevons e os lemes de direção controlam também a guinada (rotação ao longo do eixo vertical) do avião. Asas voadoras já existem há um bom tempo, mas sofriam de problemas críticos de estabilidade. Sem os estabilizadores traseiros o avião tende a girar inesperadamente em volta do eixo de guinada. O exército americano não escolheu os primeiros projetos de asas voadoras da Northrop Grumman dos anos 40 devido a essas preocupações.
Nos anos 80, avanços na informática tornaram a asa voadora uma opção mais viável. A Northrop Grumman construiu o B-2 com um sofisticado sistema de controle fly-by-wire. Ao invés de ajustar os flaps por meios mecânicos, o piloto passa os comandos para um computador que realiza o ajuste. Em outras palavras, o piloto controla o computador que por sua vez controla o sistema de direção.
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Passe seu cursor sobre o texto para localizar os principais componentes do avião
Imagem cedida pelo U.S. Department of Defense
O computador realiza também uma série de trabalhos independente do comando do piloto. Ele monitora constantemente os sensores giroscópicos para observar a altitude do avião, sua posição relativa ao fluxo de ar. Se o avião começar a virar inesperadamente, o computador automaticamente move os lemes de direção para agir contra a força que vira o avião. As correções são tão precisas que o piloto normalmente não sente nenhuma alteração. O B-2 também possui um pequeno flap cuneiforme, chamado de gust load alleviation system (GLAS), para agir contra as forças de turbulência de ar.
A tripulação e o suporte
O bombardeiro B-2 necessita de uma tripulação de apenas duas pessoas - um piloto e um comandante da missão que senta-se em um cockpit à frente do avião. Em comparação, o bombardeiro B-52 possui uma tripulação de cinco pessoas e o B-1B de quatro.
A idéia original do B-2 é de que ele não necessitaria de nenhum avião suporte. Devido a suas habilidades de se "esconder" do radar, ele deveria ser capaz de penetrar no espaço aéreo inimigo sem suporte de fogo, fazendo o trabalho de dezenas de aviões. Na prática, o B-2 normalmente voa com alguma proteção de jatos de combate. O risco de perder uma aeronave tão cara é muito grande para enviá-la sozinha a uma batalha.
Fora de visão
O principal objetivo da Northrop Grumman para o B-2 era a camuflagem Stealth, ou baixa observabilidade. De maneira geral, "Stealth" é a habilidade de voar pelo espaço aéreo inimigo sem ser detectado. Uma aeronave Stealth deve ser capaz de alcançar e destruir alvos desejados sem jamais envolver o inimigo no combate.
Imagem cedida pelo U.S. Department of Defense
O B-2 é um avião gigantesco, mas suas habilidades avançadas de camuflagem Stealth fazem-no parecer menor que um pardal no radar
Para fazer isso, a aeronave deve ser praticamente invisível precisa se confundir com o ambiente e ser muito silenciosa. Acima de tudo, ela precisa se esconder do radar inimigo, bem como de sensores infravermelhos. Ela também precisa ocultar sua própria energia eletromagnética.
O formato plano e estreito do B-2 e a sua coloração preta auxiliam-no a desaparecer na noite. Mesmo durante o dia, quando o B-2 se destaca em contraste com o céu azul, pode ser difícil compreender em que direção o avião está indo. O B-2 emite uma exaustão mínima, de forma que não deixa uma trilha visível para trás.
Assim como acontece com a maioria dos aviões, o componente mais barulhento do B-2 é o motor. Porém, diferente de um jato comercial ou do B-52, os motores do B-2 são instalados dentro do avião. Isso ajuda a abafar o barulho. O design aerodinâmico eficiente também ajuda a manter o B-2 silencioso, pois seus motores podem operar em configurações de baixa potência.
O motor também trabalha para minimizar a impressão de infravermelho do avião. Os sensores infravermelhos, incluindo aqueles em mísseis guiados por calor, geralmente buscam a exaustão de motores quentes. No B-2, toda a exaustão passa por saídas de refrigeração antes de ser expelida pelas portas traseiras. Posicionar as portas de exaustão sobre o avião reduz ainda mais a impressão de infravermelho, já que os sensores inimigos provavelmente analisarão a parte de baixo do avião
Defesas contra detecção
O B-2 possui duas defesas principais contra a detecção de radares. A primeira é a superfície de absorção de radar do avião. As ondas de rádio utilizadas no radar são energia eletromagnética, exatamente com as ondas de luz. Da mesma forma que alguns materiais absorvem a luz muito bem (tinta preta, por exemplo), outros são particularmente bons para absorver ondas de rádio.
A estrutura do B-2 é composta principalmente de material composto, a composição de diversas substâncias leves. O material composto utilizado no bombardeiro B-2 é projetado especificamente para absorver a energia do rádio com eficiência otimizada. Partes do B-2, como o bordo de ataque, também são revestidas em tinta e fitas avançadas para a absorção de rádio. Esses materiais são muito caros e a força aérea tem de reaplicá-los com freqüência. Após cada vôo, a equipe de reparos precisa passar horas examinando o B-2 para ter certeza de que está em condições ideais para outras missões.
Componentes metálicos altamente reflectivos, como os motores do avião, são todos instalados dentro da estrutura do composto. O ar entra nas portas de admissão através de um duto em forma de S até os motores. As bombas também são posicionadas dentro do avião e a estrutura de pouso se retrai completamente após a decolagem.
O segundo elemento que o permite ficar invisível ao radar é o formato do avião. Ondas de rádio rebatem em aviões da mesma forma que a luz rebate em um espelho. Um espelho vertical e plano reflete a sua imagem diretamente até você. Já se você inclinar o espelho em 45 graus, ele refletirá sua imagem para cima. Você não verá a si mesmo, verá a imagem do teto. Um espelho curvado também desvia a luz em um ângulo. Se você apontar um feixe de laser em um espelho curvado, ele jamais irá retornar diretamente a você, não importa como você o posicione.
O formato peculiar do bombardeiro Stealth desvia os feixes de rádio nas duas direções. As grandes áreas planas em cima e abaixo do avião funcionam exatamente como espelhos inclinados. Essas áreas desviam a maior parte dos feixes de rádio em direção oposta à da estação, presumindo-se que a estação não está exatamente abaixo do avião.
O avião também funciona como um espelho curvado, particularmente na seção frontal. Ele não possui extremidades afiadas, toda a superfície é curvada para desviar as ondas de rádio. As curvas são projetadas para rebater quase todas as ondas de rádio em um ângulo diferente.
O B-2 é projetado para conter seus próprios sinais rádios, a energia eletromagnética gerada pelos eletrônicos a bordo do avião. O avião emite energia de rádio quando utiliza seu radar ou quando se comunica com forças em solo ou outras aeronaves, mas o sinal é pequeno e altamente direcionado, tornando-o menos suscetível à detecção.
Preço em alta
Quando o projeto do B-2 teve início, as forças armadas americanas planejaram construir 132 aviões a um custo total de US$ 22 bilhões. Da data em que a aeronave foi inaugurada, em 1988, seu preço deu um salto para mais de US$ 70 bilhões. Muitos membros do congresso não estavam satisfeitos com os mais de US$ 20 bilhões que o Pentágono já havia gasto para desenvolver o avião. Quando a União Soviética sucumbiu, em 1991, o preço havia subido ainda mais e a necessidade de uma frota ainda maior de B-2s havia diminuído. Em 1993, o Congresso autorizou o Pentágono a comprar 20 B-2s por cerca de US$ 2 bilhões a unidade. Poucos anos depois, o presidente Bill Clinton autorizou o exército a modernizar o protótipo original do B-2 transformando-o em uma arma funcional, fazendo um total de 21. Muitos acreditam que o avião não vale o preço e os custos de manutenção, especialmente considerando que os bombardeiros B-51 e B-1, (mais velhos e mais baratos), conseguem carregar mais bombas e mais rapidamente.
Armas
Originalmente, a principal função do B-2 era carregar bombas nucleares para dentro da União Soviética em caso de guerra. Com a queda da União Soviética em 1991, os militares redefiniram o papel do B-2. Ele é classificado agora como um bombardeiro multifuncional, projetado para carregar bombas convencionais além das munições nucleares.
Imagem cedida pela U.S. Air Force
O B-2 inclui dois lançadores giratórios, posicionados no centro do avião. Quando o comandante da missão está pronto para disparar, um sinal é enviado ao computador de bordo. O computador abre as portas do compartimento de bombas, gira o lançador para posicionar a bomba correta e então a lança.
Os lançadores carregam bombas gravitacionais convencionais, bombas "burras" que simplesmente caem no seu alvo, assim com bombas de precisão teleguiadas que procuram o alvo. O avião pode carregar cerca de 18 mil quilos de munição.
Um especialista em munição orientando a montagem do lançador giratório de um B-2 (carregando bombas nucleares)
As bombas de precisão teleguiadas do B-2 são, na verdade, munições "burras" com um sistema de orientação separado anexo a elas. Esse kit de orientação, conhecido como Joint Direct Attack Munition, inclui estabilizadores de cauda ajustáveis, um computador de controle, um sistema de orientação inercial e um receptor de GPS. O B-2 utiliza seu próprio receptor de GPS para apontar alvos. Uma vez que a equipe tenha localizado seu alvo, ela envia as coordenadas GPS do alvo para a JDAM e libera a bomba.
Projeto computadorizado
A Northrop Grumman projetou o B-2 quase que inteiramente em computadores, completamente diferente dos métodos tradicionais de esboço. Nos anos 80, esse foi um grande salto na tecnologia. Engenheiros tiveram a possibilidade de construir modelos precisos de uma aeronave desde o menor parafuso, além de testar sua eficiência e camuflagem Stealth em um simulador virtual. O processo de fabricação também foi computadorizado. O computador guiava robôs de montagem extremamente precisos para se certificar de que cada peça estava exatamente na posição correta. Era fundamental prevenir quaisquer erros pois eles poderiam comprometer o formato Stealth do avião.
No ar, o receptor GPS da JDAM processa o sinal de satélites GPS para manter conhecimento da sua própria posição, enquanto o sistema de orientação rastreia a mudança de posição da bomba. O computador de controle ajusta os estabilizadores de vôo da JDAM para guiar a bomba até o alvo desejado. Esse sistema preciso de ataque a alvos permite que o B-2 lance suas bombas e escape rapidamente. A bomba funciona bem mesmo sob climas adversos, já que a JDAM só necessita dos sinais de satélite para encontrar seu alvo, não precisa ver absolutamente nada no solo (veja Como funcionam as bombas inteligentes para mais informações).
Devido ao custo elevado e relativa inexperiência de campo, o B-2 é uma arma considerada controversa. Enquanto alguns analistas consideram-na o auge das aeronaves militares, outros dizem que o avião apresenta sérias limitações, como a alta sensibilidade de suas capacidades Stealth ao mau tempo. Entretanto, quase todo mundo concorda que ele é uma evolução da tecnologia aeronáutica.
Para mais informações sobre o B-2, incluindo a fascinante história da sua concepção, confira os links na próxima página.